A Inteligência Emocional - IE - é habitualmente medida através do Quociente Emocional - QE - e descreve a capacidade individual de compreender, tanto as próprias emoções como as dos outros.
Uma pessoa que
possua um nível elevado de QE consegue auto motivar-se, superando as
próprias frustrações e ainda gerir positivamente as emoções internas, bem como
as que exterioriza e aplica nas relações com os outros.
Poder-se-á dizer que a
Inteligência Emocional está intimamente associada às atitudes pessoal e social.
É uma capacidade distinta da
Inteligência Racional, medida através do Quociente de Inteligência (QI), a qual
define as capacidades intelectuais de um individuo, tais como as capacidades de
memória, concentração, compreensão, raciocínio e de imaginação. Como um
computador, a Inteligência Racional tem uma aplicação fria e técnica nas
questões lógicas do quotidiano.
Será o QE mais relevante do que o QI, ou
vice-versa?
A resposta é um enfático não! Ambos se complementam.
A ideia, que já se vai tornando comum, de que o QE prevalece em detrimento do
QI, deve-se essencialmente à questão da realização pessoal e do sentimento de
felicidade, serem mais facilmente observáveis em indivíduos com um elevado
nível de QE, do que nos fundamentalmente favorecidos por um alto QI. Contudo,
ambas as capacidades são indispensáveis a uma absoluta realização pessoal. Sendo
que para potenciar ao máximo a sua capacidade intelectual (QI), será necessário
que possua por base um bom desenvolvimento emocional (QE).
As
bases da Inteligência Emocional
1. Auto
consciência – conhecer as próprias emoções, qualidades, potencialidades e limitações;
2. Auto
controlo – saber controlar as próprias emoções;
3. Auto
motivação – saber motivar-se a si próprio independentemente das circunstâncias;
4. Empatia –
compreender os sentimentos e preocupações dos outros e adoptar as suas
perspectivas;
5. Relações
de Interacção Social – saber estar e relacionar-se num grupo de pessoas.

Mas
desenganem-se se pensam que a Inteligência Emocional implica ser-se “bonzinho” ou anular a razão. Pelo contrário, significa saber adaptar as emoções à razão e também
o inverso.
Tal como dizia Aristóteles, qualquer um
sabe zangar-se, o que não é fácil é zangar-se pelo motivo certo, com a pessoa
certa, na medida justa, no momento certo e do modo correcto. Não é fácil, mas
também não é impossível, apenas requer treino e algum empenho.
Sugestões para treinar a Inteligência Emocional
Desenvolver
a Auto Consciência
– Escolha uma determinada situação que ainda esteja bem presente na sua
memória. Reviva mentalmente os momentos que para si tenham tido mais impacto,
positivo ou negativo, e tente identificar os seus sentimentos dominantes, ou
seja, os que determinaram o seu modo de agir. Por exemplo, tente compreender se
agiu por insegurança ou indiferença, por amor ou por raiva, por amizade ou por
interesse, etc. Identifique e atribua adjectivos às suas emoções e, gradualmente,
vá construindo um vocabulário emocional, baseado na interpretação dos seus
próprios sentimentos.
À medida que vai praticando este
exercício, tente aplicá-lo directamente no seu quotidiano e ainda compreender
de que modo os seus pensamentos influenciam os seus sentimentos e estes, as
suas atitudes.
Desenvolver
o Auto Controlo –
Implica pensar antes de agir. Comece por identificar as situações em que
geralmente se deixa dominar, por exemplo, pelo nervosismo, pela raiva ou pela
euforia. Tente compreender a influência destas emoções sobre as suas atitudes e
as respectivas consequências. Se o fizer regularmente, quando voltar a reviver
situações similares a sua mente já estará avisada.
Contudo, apesar de se tratar de um grande
passo, poderá ainda não ser suficiente. Ser-lhe-á benéfico aprender algumas
técnicas de relaxamento, de forma a poder aplicá-las regularmente no seu
quotidiano e nos momentos críticos. Por exemplo, oxigenar bem o cérebro, inspirando
e expirando calmamente até conseguir tranquilizar-se, é bastante eficaz.
Desenvolver
a Auto Motivação – Sempre que se sentir desmotivado/a e prestes a abandonar uma actividade, tarefa
ou projecto, comece por rejeitar os pensamentos originadores da desmotivação. Depois
concentre-se e analise os benefícios pessoais e/ou materiais que obterá uma vez
que a sua tarefa ou projecto se encontre terminado ou durante a execução da sua
actividade.
Se o saldo for positivo mas ainda assim
continuar desmotivado/a, faça por se recordar, revivendo mentalmente todos os
momentos e pormenores inerentes à execução da sua actividade, tarefa ou projecto
e que lhe costumam proporcionar prazer e satisfação pessoal. Identifique as
suas emoções nesses momentos e focalize-as até as conseguir sentir. Repita este
exercício, enquanto inspira e expira calmamente.
Caso o saldo seja negativo, tente
encontrar outra actividade adequada às suas capacidades e com a qual se
identifique mais. Além de ser contraproducente, não vale a pena desperdiçar
energia numa actividade, tarefa ou projecto que só lhe provocará o desgaste. O
importante para a sua saúde mental e física é que obtenha prazer a fazer o que
gosta, sendo que esta é também a única forma de se realizar financeiramente.
Desenvolver a Empatia – Enquanto fala com alguém, comece por encarar a pessoa, olhando-a nos olhos. O estado de espírito é demonstrado através do olhar e das expressões faciais. Mais do que isso, a interacção ocular estimula a área de prazer do Sistema Límbico Cerebral, reforçando a empatia.
Fale
menos e ouça mais – Seja um/a bom/a ouvinte enquanto olha nos olhos do seu interlocutor, sem
produzir juízos de valor. Tente colocar-se na posição da outra pessoa, pois só assim
poderá compreender emocionalmente o que lhe tentam comunicar e deste modo poder ser
assertivo/a nas suas respostas e observações.
Desenvolver as Relações de Interacção Social – A base é
semelhante a uma relação interpessoal com apenas uma pessoa, na qual se deve
aplicar a empatia, mas desta feita, em vez de a dirigir a uma única pessoa, aplique-a
a um novo elemento: o espírito de grupo.
É este elemento que deverá ter sempre em
consideração. Deste modo não é aconselhável introduzir temas que alterem
bruscamente as emoções dominantes ou que apenas possam interessá-lo/a a si, ou
a mais uma ou duas pessoas isoladas do restante grupo. Evite impor-se ou falar
demasiado de si. Tente compreender a dinâmica do grupo e contribua para a boa
disposição geral. Seja honesto/a, não tente mascarar a sua personalidade e haja
de um modo natural. Descontraia-se e deixe-se envolver.
Vá aplicando estes exercícios ao seu
quotidiano. A mente emocional aprende através de experiências repetidas. No
início ser-lhe-á exigido um esforço acrescido, mas com o tempo verá que muitas
das competências aqui mencionadas, irão naturalmente tornar-se espontâneas, reflectindo
uma personalidade mais agradável e que com certeza lhe trará grandes benefícios
à sua vida pessoal, social e ao seu estado de saúde em geral.
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