Tal como um músculo, o cérebro também necessita de exercício para desenvolver e quando usado regularmente e do modo correcto, desenvolverá as suas capacidades mentais, potenciando a sua inteligência. Porém, se este não for devidamente estimulado ou, se pelo contrário, sofrer demasiados “estímulos” mediante substâncias nocivas, como o álcool e outras drogas, as capacidades de aprendizagem, raciocínio e memória deteriorar-se-ão. Seguem-se então seis sugestões que o ajudarão a potenciar as suas capacidades mentais.
Reduzir o tempo que passa a ver televisão é um bom começo
Numa fase inicial, pode ser uma das decisões mais difíceis de se tomar, mas é também uma das mais importantes, uma vez que o cérebro está mais activo durante o sono do que quando se senta comodamente no sofá a ver televisão.
Com excepção de raríssimos programas, reportagens ou filmes de qualidade, que nos despertam as capacidades de raciocínio e imaginação, a televisão está replecta de emissões sem conteúdo, tais como as telenovelas, a maioria dos programas de entretenimento e até de informação. As emissões noticiosas apostam cada vez mais no sensacionalismo e numa abordagem superficial dos assuntos, pois trabalham no sentido de captar a atenção dos telespectadores através do apelo emocional em detrimento do intelectual.
Este género de apelos não oferece estímulos necessários ao bom funcionamento do cérebro, o qual entra num estado vegetativo e se o sujeitarmos a longos períodos neste modo, estaremos a contribuir para o seu progressivo atrofiamento, provocando graves prejuízos ao nível da concentração e da memória.
Se gosta de se manter informado/a prefira fazê-lo por meio de jornais ou revistas de informação, e desse modo poderá ter uma melhor percepção dos reais conteúdos das notícias, ao mesmo tempo que estimula o seu cérebro com o exercício da leitura.
Ler é um excelente estimulante…
…além de ser a melhor forma de enriquecer o vocabulário e desenvolver a capacidade de comunicação. Muitos gostam de ler contos populares policiais ou de ficção e é preferível ler este género literário do que simplesmente não ler, contudo se pretende de facto estimular o seu cérebro deverá optar por livros que desafiem as suas capacidades mentais e obriguem a uma maior concentração.
Por exemplo, os clássicos de língua portuguesa e estrangeira ou os livros de autores galardoados com o Nobel da Literatura poderão ser uma boa opção.
Para além da grandiosa riqueza de conhecimentos que este tipo de literatura nos oferece, são excelentes estímulos para a nossa imaginação, memória e raciocínio, sendo também provável que a dada altura precise de consultar alguma palavra no dicionário, o que só por si já é um bom exercício mental.
A “neuróbica” (ou ginástica cerebral)
É um conceito relativamente recente que assenta na ideia de que o cérebro, quando devidamente estimulado, apesar de envelhecer, mantém a extraordinária capacidade de se desenvolver. E sendo a rotina, um dos principais adversários da agilidade mental, os “exercícios neuróbicos” consistem em fazer pequenas alterações ao modo de executar as suas tarefas quotidianas.
Por exemplo, lavar os dentes com a mão oposta à habitual, tomar banho e vestir-se de olhos fechados, decorar a lista de compras e vez de a levar quando vai às compras, ou cozinhar uma receita exótica, são alguns dos exercícios que pode facilmente praticar.
Caso tenha oportunidade, será também bastante benéfico iniciar uma actividade completamente nova, como aprender a tocar um instrumento musical ou uma língua estrangeira. O importante será não limitar o seu cérebro a tarefas demasiado rotineiras, as quais não lhe exijam um esforço suplementar.
O exercício físico não desenvolve apenas os músculos
A actividade física promove o processo de formação de novos neurónios, melhorando as capacidades de percepção, atenção, raciocínio, linguagem e de memória.
Recentes estudos demonstraram que os alunos praticantes de exercício físico, obtêm maior sucesso escolar do que os colegas com hábitos mais sedentários. Especialmente numa idade mais avançada, uma atividade física regular, ajuda também a prevenir doenças mentais como o Alzheimer, além de diminuir a pressão arterial, melhorar o desempenho cardíaco, o humor, a auto-estima e a qualidade do sono.
Dormir bem melhora o desempenho do cérebro
O sono tem um papel decisivo na estimulação de todas as funções cognitivas, inclusive no desenvolvimento da criatividade. É durante o sono que o cérebro arquiva as memórias relevantes, aperfeiçoa os movimentos motores mais difíceis, potencia a aprendizagem de novos dados, controla as emoções e até treina os problemas matemáticos mais complicados, tudo isto, enquanto está a dormir.
Dê tempo e condições ao seu cérebro para realizar todas as funções de que necessita, mas não durma demasiado. Transcender as horas úteis de sono é ainda mais prejudicial do que dormir pouco. Os especialistas asseguram que não se devem ultrapassar sete a oito horas de sono por dia, pois dormir em excesso aumenta a velocidade do declínio cognitivo provocando o envelhecimento precoce, tanto mental como físico. Por isso durma, mas durma bem, o bastante para recarregar a energia indispensável à boa execução das suas tarefas diárias.
Alimentação inteligente
Não é por acaso que se chama “alimentação racional” a uma alimentação equilibrada. O azeite, os vegetais e os frutos vermelhos são essenciais para um bom desempenho cerebral. Particularmente o azeite virgem e o óleo de soja, os vegetais de folha verde-escura como a rúcula, a salsa, os espinafres e as algas marinhas, e ainda o feijão de soja, as nozes e as sementes de linhaça, são riquíssimas fontes de um nutriente que favorece a irrigação sanguínea ao cérebro, o ómega 3.
Igualmente essenciais são as gorduras monoinsaturadas, presentes no azeite, óleo de soja, nozes, etc., uma vez que estas contribuem para melhorar o fornecimento de nutrientes e oxigénio aos neurónios.
Por sua vez, as substâncias anti-oxidantes encontradas sobretudo nos vegetais e frutos vermelhos, combatem os radicais livres, impedindo o envelhecimento mental e físico e são ótimos agentes na prevenção de doenças mentais como o Alzheimer.
O que faz bem ao corpo faz bem à mente
Se tiver em conta esta máxima, poderá incluir, calma e gradualmente, uma a uma, estas seis sugestões no seu quotidiano.
Só por hoje, desligue a televisão, ponha a tocar um cd de música clássica e leia um bom livro. Caso prefira saia para correr ou caminhar e quando voltar, tome um banho de olhos fechados.
Mais tarde, desperte os seus sentidos com o odor e paladar de uma receita exótica e será seguramente recompensado/a com o aumento da sua acuidade mental e uma significativa melhoria da saúde e qualidade de vida.
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