sábado, 23 de julho de 2011

Enter the Void

Crítica, trailer e fotogaleria - (Legendas em português pt no final do artigo)




Ficha Técnica
Categoria – Drama, Underground
Idioma – Inglês
Realização – Gaspar Noé
Supervisão de Arte – Marc Caro
Direção de Fotografia – Benoit Debie
Produção – Brahim Chioua, Olivier Delbosc, Marc Missonnier e Vincent Maraval
Argumento – Gaspar Noé
Música (créditos de abertura) – LFO "Freak"



Elenco

O protagonista Nathaniel Brown como “Oscar”

Paz de La Huerta como “Linda”
Cyril Roy como “Alex”












Olly Alexander como “Victor”
Ed Spear como “Bruno”

Masato Tanno como “Mario”


- Escolha Oficial do Festival de Cinema de Cannes 2009

- Festival Internacional de Cinema da Catalunha 2009
- Melhor Cinematografia
- Prémio Especial do Júri
- Nomeado para Melhor Filme




Emily Alyn Lind como “Linda (criança)”

Jesse Kuhn como “Oscar (criança)”










           
Restante elenco:
Janice Béliveau-Sicotte como “mãe dos irmãos Oscar e Linda”
Simon Chamberland como “pai dos irmãos Oscar e Linda”
Sara Stockbridge como “mãe de Victor”
Stuart Miller como “pai de Victor”




Para ver em HD, clicar no ícone "Youtube" e alterar para 720p


Sinopse


Oscar, um jovem orfão, vai sobrevivendo como um pequeno negociante de drogas em Tóquio, onde vive atualmente com a sua irmã Linda, uma stripper que namora com o dono da boite em que trabalha. Oscar, deslumbrado pelos efeitos psicadélicos e pela sensação de vivência fora do corpo, proporcionada por drogas psico-ativas como o Ecstasy, o DMT e o LSD, encontra no “Livro Tibetano dos Mortos” a possível explicação para a morte e vida pós morte. Uma noite, no bar “Void”, Oscar é surpreendido pela polícia que convencida de que este se encontra armado, dispara, acabando por lhe roubar a vida e dando-se assim início à sua "Última Viagem".

Recusando-se a deixar o mundo dos vivos e deste modo cumprindo a promessa de nunca abandonar a sua irmã Linda,  Oscar passa pelos vários estágios da morte, conforme descritos no “Livro Tibetano dos Mortos” e cuja explicação nos é revelada na parte inicial do filme, por Alex, um amigo de Oscar. Este, desconhecendo que a vida do amigo se encontrava prestes a expirar, descreve-lhe tudo o que acontecerá desde a sua morte, até conseguir alcançar o seguinte estágio de consciência e da própria vida.





Os pontos fortes de “Enter The Void”

A questão central da trama: a morte e a vida após a morte... O ambiente psicadélico, impregnado de uma energia que apesar de densa e “submersiva”, nos impele para uma viagem flutuante e visceral, algures, no limiar entre a dura realidade, o enigmático e sobrenatural mundo dos sonhos e a sombria e angustiante atmosfera de um pesadelo, como se a nossa própria experiência transcendente vivenciássemos.

Talvez o fator mais relevante seja o genial e original trabalho ao nível da imagem e do som: planos ousados e vertiginosos, os quais requerem uma sensibilidade e técnica superiores. O pormenor do “pestanejar de olhos de Oscar”, os planos em espirais descendentes, os enquadramentos, as luzes reverberantes e “neonicas” de Tóquio, que penetram sem cortar, toda a atmosfera sombria, catalisada pelo som inebriante, que pulsa compassadamente, dando-nos a sensação de que ouvimos e sentimos, intensamente, a energia de um mundo metafísico.

Não é um clássico filme “inteligente” para analisar, pensar ou questionar. É essencialmente um filme que apela à nossa apreensão sensorial. E caso queiramos ou consigamos ter abertura para nos deixarmos envolver, Gaspar Noé conduz-nos numa viagem febril e apaixonante em que nos oferece a possibilidade de vivenciarmos na primeira pessoa, não só as experiências psicadélicas estimuladas pelo Ecstasy, LSD e DMT, mas também os momentos de morte e de "vida" pós morte.

Gaspar Noé revela-se assim um ousado artista do audiovisual, por todos os motivos já mencionados e por conseguir, em “Enter The Void”, do feio e indecente, criar beleza. Mas não é uma beleza romântica. É crua e carregada por uma “verdade” desconcertante. Penso que é por este motivo que o filme se torna chocante e originou tanta polémica. Não será de facto um filme para as massas. As mentes mais fechadas ou conservadoras e impressionáveis têm demonstrado tendência para o detestar... não foi por acaso que Quentin Tarantino o colocou entre os melhores de 2009. Penso que nada terá sido deixado ao acaso e todos os pormenores se enlaçam resultando num inquestionável marco da linguagem cinematográfica.



Fotogaleria



Oscar prepara uma "viagem" em DMT...
- "Here we go..."




DMT...



"Am I dead?"


"Is that blood on my hands?"












- "Do you remember the pact we made?"

- "That's my sister, don't ttouch her!"















Para o download das legendas em português PT, clica no botão abaixo:




1 comentário:

  1. Excelente crítica a um excelente filme! Gostava de salientar e enaltecer o profissionalismo demonstrado na construção do teu blogue! Muitos parabéns! Tens uma noção de estética muito apurada.

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