O touro “bravo” ou de
“lide” não é agressivo. Estes animais são, por natureza, tão ou mais afáveis do
que os cães. O Fadjen, um mediático touro “bravo”, salvo de um ganadeiro
Espanhol, é neste momento, um excelente exemplo de que a agressividade genética
do touro, se encerra num mito, propagandeado pela tauromaquia.
A etologia como ramo da
zoologia, explica que o comportamento não é determinado pela genética, mas pelo
ambiente e interacções do animal. Ou seja, independentemente das
características genéticas, o seu comportamento será sempre condicionado, em
última análise, pelo propósito e personalidade de quem os cria, tal como
acontece, por exemplo com a raça canina Pit Bull.
Para tornarem os touros, não
agressivos, mas mais reactivos de modo a que seja possível toureá-los (ou
lidá-los), os ganadeiros criam-nos em sistema extensivo, com pouco contacto com
humanos, sujeitando-os a duros “treinos” a todos os níveis, sendo os físicos,
dignos de um atleta de alta competição e, de vez em quando, alguns morrem
subitamente devido ao exagerado esforço a que são sujeitos.
Por vezes, os touros são
drogados, com Rompum e Calmivet, duas substâncias anestésicas que administradas
em pequenas quantidades, causam um efeito calmante. Mas nem sempre a dose
“certa” é bem calculada, levando a que alguns sucumbam à dose excessiva, mesmo
antes de entrar na arena.
Há muito que a ciência
provou o sofrimento do touro. Todos os seres sencientes, ou seja, os que
possuem um sistema nervoso central, grupo do qual faz parte o ser humano, têm a
capacidade de experimentar sofrimento físico e psicológico, tal como stress,
medo, pânico, angústia e tristeza. Sofrem ainda traumas psicológicos e
desenvolvem depressões, bem como afectos e constroem ainda relações com outros
seres, incluindo o ser humano.
Na capacidade de sentir, os
animais não são diferentes do Homem.
O touro “bravo” tem direito
à sua integridade física e psicológica e principalmente tem direito a não ser
utilizado como objecto de tortura para gáudio de uma minoria que nem sequer é
representativa do povo português. À semelhança de tantas outras espécies, o
touro poderá perfeitamente viver em liberdade e em paz no seu habitat, nem que
seja em zonas protegidas, não sendo também por isso, aceitável o “argumento” da
sua preservação como justificação da tauromaquia.
Não é portanto admissível
que no século XXI, um país civilizado como Portugal, acolha ainda uma tradição primitiva que viola 90% (!) dos pontos considerados na Declaração Universal dos
Direitos dos Animais da UNESCO:
1 - Todos os animais têm o
mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm
direito ao respeito e à protecção do Homem.
3 - Nenhum animal deve ser
maltratado.
4 - Todos os animais
selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o Homem
escolher para companheiro nunca deve ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser
usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo o acto que põe em
risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a
destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais.
9 - Os direitos dos animais
devem ser defendidos por lei.
10 - O Homem deve ser
educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
Mas
não são apenas os direitos dos animais que são violados pela tauromaquia.
Equilíbrio emocional e formação das crianças
A psicologia, a psiquiatria
e a neurociência provaram que assistir a touradas provoca traumas psicológicos
nas crianças, tornando-as tolerantes à violência gratuita e contribuindo para
que se tornem adultos agressivos. Este foi um dos argumentos que levou à
abolição das touradas na Catalunha, em Espanha, país onde a tradição tauromáquica é muito
mais forte do que em Portugal, pela sua origem.
Estudos:
- "Effects of Viewing Videos of Bullfights on Spanish Children" - J.L. Gran˜ a,1 J.A. Cruzado,1 J.M. Andreu1, M.J. Mun˜ oz-Rivas,1 M.E. Pen˜ a,1 and P.F. Brain2n - Department of Clinical Psychology, Faculty of Psychology, Complutense University of Madrid, Spain. 2School of Biological Sciences, University of Wales Swansea, Swansea, SA2 8PP, United Kingdom.
- "Animal Cruelty and Psychiatric Disorders" - Roman Gleyzer, MD, Alan R. Felthous, MD, and Charles E. Holzer III, PhD
- "Animal Rights and Human Social Issues" - David A. Nibert1 WITTENBERG UNIVERSITY
- "Associations Among Cruelty to Animals, Family Conflict, and Psychopathic Traits in Childhood" - Mark R. - Dadds University of New South Wales; Clare Whiting - Griffith University; David J. Hawes - University of New South Wales
- "Serial Murder: A Forensic Psychiatric Perspective" - by James Knoll, MD
Receitas dos contribuintes portugueses
Das contribuições obrigatórias dos portugueses, são atribuídos, anualmente, à tauromaquia, milhões de euros, supostamente destinados à agricultura. Quer isto dizer, que todos nós andamos a financiar esta barbárie:
Tal como havia sido publicada no Diário da República, a listagem relativa ao 1.º semestre de 2011, no dia 26/09/2011, em 21/03/2012 foi publicada a lista dos subsídios atribuídos pelo IFAP no 2.º semestre de 2011.
No ano de 2011 o IFAP atribuiu subsídios no valor de €9.823.004,34, às empresas e
membros das famílias da tauromaquia:
Ortigão Costa -
1.236.214,63 €
Lupi - 980.437,77 €
Passanha - 735.847,05 €
Palha - 772.579,22 €
Ribeiro Telles - 472.777,55
€
Câmara - 915.637,78 €
Veiga Teixeira - 635.390,94
€
Freixo - 568.929,14 €
Cunhal Patrício -
172.798,71 €
Brito Paes - 441.838,32 €
Pinheiro Caldeira -
125.467,45 €
Dias Coutinho - 389.712,42
€
Cortes de Moura -
313.676,87 €
Rego Botelho - 420.673,80 €
Cardoso Charrua - 80.759,12
€
Romão Moura - 248.378,56 €
Brito Vinhas - 53.686,78 €
Romão Tenório - 283.173,89
€
Sousa Cabral - 318.257,79 €
Varela Crujo - 188.957,35 €
Assunção Coimbra -
330.789,44 €
Murteira - 137.019,76 €
Recebem ainda, também anualmente, milhares de euros, através das câmaras municipais que apoiam a tauromaquia. O Estado está a financiar, à nossa custa, uma actividade primitiva e sanguinária, que muito mais do que inútil, pratica e promove a tortura de dois animais, o touro e o cavalo, e ainda deforma a mente de crianças que farão parte do futuro de Portugal.
Não permitas a continuidade desta barbárie, que apenas contribui para a degradação da ética e da moral dos cidadãos.
Assina a petição (em cima, à direita) e junta-te à Animal na próxima manifestação!
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